violência
ataca brutalmente nossas escolas diariamente. Uma nova onda violenta e
devastadora vem nos atingindo dia após dia. Seu nome é bullying.
O
preconceito, o desrespeito ou os meros apelidos de aparência inocente
tomam novas proporções e afetam nossas crianças de forma tão agressiva
que já houve casos de morte de algumas, em virtude da falta de limites
do colega que leva piadas a ultrapassarem o nível de simples brincadeira
para chegar ao topo da incoerência humana: uma criança por ser magra ou
gorda, preta ou branca, pobre, com dificuldades de aprendizagem ou
aptidão física passa a ser alvo predileto de outra criança prepotente,
mal educada ou desequilibrada, que vê naquela a oportunidade de exercer
violência moral ou corporal para se sobrepor em meio aos demais colegas
de classe.
O
bullying é o ato praticado pelo agressor inconseqüente, não menos
perigoso e cruel do que um bandido adulto, se não for barrado, punido e
tratado como uma pessoa que oferece risco ao bem-estar daqueles que
estão a sua volta. A criança que sofre com as torturas emocionais e
físicas de um bully tem características semelhantes e de fácil
identificação em todos os casos: é reprimida, tem vários apelidos que a
humilham, não consegue se aproximar das demais pessoas, e não consegue
denunciar os maus tratos que sofre, uma vez que a imposição do medo é a
maior arma do bullying.
Já
foram registrados muitos casos de jovens estrangeiros que invadiram
suas salas de aula e, sem aviso algum, dissipam o terror em meio aos
seus colegas, ferindo-os ou matando-os e depois suicidam-se. Alguns
deles poderiam ser exemplos de bullys descontrolados? Não! Tratam-se de
crianças vítimas de bullying durante boa parte de suas vidas, e o mal
despertado pelo próprio mal acaba por tomar tamanhas proporções que os
deixam descontrolados ao ponto de só a morte daqueles que os agrediram e
a sua própria morte lhes parece a certeza de que a dor e a tristeza da
humilhação pode ser cessada. No Brasil, caso mais triste de morte é o de
uma garota de apenas treze anos que foi cruelmente espancada até sua
falência por quatro colegas de escola que se sentiram ofendidos por ela
ter revidado às constantes afrontas morais em virtude da sua origem e
por se tratar de uma aluna exemplar. Este caso, de Porto Alegre - Rio
Grande do Sul, tornou-se livro e foi o inspirador e instigador para a
pesquisa e desenvolvimento desde trabalho. A obra “Todos contra Dante”
do jornalista Luís Augusto Campello Dill, descreve o sofrimento de um
garoto maltratado por outros adolescentes da mesma idade por sua
aparência e classe social desfavorecidas. Baseada na vida da garota
morta aos treze anos, Dante tem sua história agredida pelas facilidades
que a internet oferece para a invasão de privacidade e possibilidade de
espalhar qualquer conteúdo, mesmo que este agrida moralmente qualquer
outra pessoa.
A
educação parece ser a melhor maneira e o melhor remédio para este mal. O
respeito pelo próximo deve prevalecer em qualquer situação e é na
escola que precisa ser retomado, uma vez que ela está perdendo suas
características de local para busca de conhecimento, passando a ser
local de livre escolhas e descumprimento de normas chamadas agora de
obsoletas. Ora, se elas são tão obsoletas por que é que quando eram
respeitadas criteriosamente, alunos não morriam aos olhos dos colegas
por motivos tão irrisórios?
Questionar
valores priorizados na atualidade e relembrar valores esquecidos pelas
novas gerações é o ponto de partida para acabar com o mal que assusta
nossas crianças antes mesmo de elas saberem escrever o nome daquilo que
as apavora. O bullying precisa ser conhecido para ser reprimido e
extinto do mundo escolar. Professores e toda a sociedade devem estar
atentos: enquanto brincadeiras de mal gosto continuarem sendo tratadas
como parte da fase de crescimento de alguns alunos, muitos outros
continuarão sofrendo a tristeza de viver em um mundo hostil que não o
aceita e por isso o faz motivo de chacota e humilhação para bem de
satisfazer o ego daquele que se nomeia melhor do que qualquer outro.
Nicolly Guedes nº24
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