quinta-feira, 29 de novembro de 2012

BULLYING: CONHECER O PROBLEMA É A MELHOR FORMA PARA CONTROLAR ESTE MAL*

É na escola que se destacam os primeiros e mais dolorosos casos de Bullying. Esta agressão, que tem início através de agressões verbais e culmina na agressão física, pode ser controlada desde que a comunidade escolar esteja preparada para identificar um praticante de bullying e proteger a criança que é tomada como alvo desta violência. Mesmo mundialmente já conhecido, o bullying ainda precisa ser muito divulgado e analisado por todos os educadores, independente de série ou classe social a qual disponha seu trabalho. Não há idade, sexo, ou poder aquisitivo para este mal ser desenvolvido, todavia ainda maior são os prejuízos que ele causa em um meio. Conhecer o termo Bullying é o primeiro passo para um professor se interessar pelo tema, uma vez que ele significa a vontade insaciável de maltratar e ridicularizar seu semelhante. Tão forte e tão carregado de histórias marcantes, o bullying só poderá ser controlado se nós, sociedade integral, o conhecermos. Nada pode ser feito a favor daqueles que sofrem se a raiz do problema não for exposta para dar controle e auxílio aos que o praticam.
 violência ataca brutalmente nossas escolas diariamente. Uma nova onda violenta e devastadora vem nos atingindo dia após dia. Seu nome é bullying.
O preconceito, o desrespeito ou os meros apelidos de aparência inocente tomam novas proporções e afetam nossas crianças de forma tão agressiva que já houve casos de morte de algumas, em virtude da falta de limites do colega que leva piadas a ultrapassarem o nível de simples brincadeira para chegar ao topo da incoerência humana: uma criança por ser magra ou gorda, preta ou branca, pobre, com dificuldades de aprendizagem ou aptidão física passa a ser alvo predileto de outra criança prepotente, mal educada ou desequilibrada, que vê naquela a oportunidade de exercer violência moral ou corporal para se sobrepor em meio aos demais colegas de classe.
O bullying é o ato praticado pelo agressor inconseqüente, não menos perigoso e cruel do que um bandido adulto, se não for barrado, punido e tratado como uma pessoa que oferece risco ao bem-estar daqueles que estão a sua volta. A criança que sofre com as torturas emocionais e físicas de um bully tem características semelhantes e de fácil identificação em todos os casos: é reprimida, tem vários apelidos que a humilham, não consegue se aproximar das demais pessoas, e não consegue denunciar os maus tratos que sofre, uma vez que a imposição do medo é a maior arma do bullying.
Já foram registrados muitos casos de jovens estrangeiros que invadiram suas salas de aula e, sem aviso algum, dissipam o terror em meio aos seus colegas, ferindo-os ou matando-os e depois suicidam-se. Alguns deles poderiam ser exemplos de bullys descontrolados? Não! Tratam-se de crianças vítimas de bullying durante boa parte de suas vidas, e o mal despertado pelo próprio mal acaba por tomar tamanhas proporções que os deixam descontrolados ao ponto de só a morte daqueles que os agrediram e a sua própria morte lhes parece a certeza de que a dor e a tristeza da humilhação pode ser cessada. No Brasil, caso mais triste de morte é o de uma garota de apenas treze anos que foi cruelmente espancada até sua falência por quatro colegas de escola que se sentiram ofendidos por ela ter revidado às constantes afrontas morais em virtude da sua origem e por se tratar de uma aluna exemplar. Este caso, de Porto Alegre - Rio Grande do Sul, tornou-se livro e foi o inspirador e instigador para a pesquisa e desenvolvimento desde trabalho. A obra “Todos contra Dante” do jornalista Luís Augusto Campello Dill, descreve o sofrimento de um garoto maltratado por outros adolescentes da mesma idade por sua aparência e classe social desfavorecidas. Baseada na vida da garota morta aos treze anos, Dante tem sua história agredida pelas facilidades que a internet oferece para a invasão de privacidade e possibilidade de espalhar qualquer conteúdo, mesmo que este agrida moralmente qualquer outra pessoa.
A educação parece ser a melhor maneira e o melhor remédio para este mal. O respeito pelo próximo deve prevalecer em qualquer situação e é na escola que precisa ser retomado, uma vez que ela está perdendo suas características de local para busca de conhecimento, passando a ser local de livre escolhas e descumprimento de normas chamadas agora de obsoletas. Ora, se elas são tão obsoletas por que é que quando eram respeitadas criteriosamente, alunos não morriam aos olhos dos colegas por motivos tão irrisórios?
Questionar valores priorizados na atualidade e relembrar valores esquecidos pelas novas gerações é o ponto de partida para acabar com o mal que assusta nossas crianças antes mesmo de elas saberem escrever o nome daquilo que as apavora. O bullying precisa ser conhecido para ser reprimido e extinto do mundo escolar. Professores e toda a sociedade devem estar atentos: enquanto brincadeiras de mal gosto continuarem sendo tratadas como parte da fase de crescimento de alguns alunos, muitos outros continuarão sofrendo a tristeza de viver em um mundo hostil que não o aceita e por isso o faz motivo de chacota e humilhação para bem de satisfazer o ego daquele que se nomeia melhor do que qualquer outro.

Nicolly Guedes    nº24 

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